Qual a Relação Entre a Microbiota Intestinal e o Emagrecimento?

O processo de emagrecimento é frequentemente associado a fatores como dieta e exercícios físicos. Contudo, nos últimos anos, temos visto um elemento que até então era ignorado nesse processo se tornar um dos protagonistas nesse cenário: a microbiota intestinal.

Essa comunidade de microrganismos que habita o trato digestivo tem um impacto muito maior em nosso corpo do que imaginamos. Eles ajudam em diversos aspectos da saúde e bem-estar, como nosso humor, sensações de fome e saciedade, sono e, claro, o processo de ganho e perda de peso.

Neste artigo, exploraremos a ligação entre a microbiota intestinal e o emagrecimento, analisando como esses microrganismos influenciam o metabolismo, o armazenamento de gordura e o apetite.

 

O que é a Microbiota Intestinal?

A microbiota intestinal consiste em trilhões de microrganismos, incluindo bactérias, vírus e fungos, que coexistem no trato gastrointestinal humano. Essa comunidade desempenha funções como:

  • Digestão de nutrientes: A microbiota auxilia na quebra de fibras e outros compostos que o organismo humano não consegue digerir sozinho.
  • Produção de vitaminas: Algumas bactérias produzem vitaminas a partir de nutrientes que entram em nosso corpo, como a vitamina K e as do complexo B.
  • Fortalecimento do sistema imunológico: A microbiota ajuda a proteger o organismo contra microrganismos nocivos.
  • Regulação metabólica: Ela influencia diretamente o metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas.

O equilíbrio da microbiota intestinal é conhecido como eubiose, enquanto o desequilíbrio é chamado de disbiose. É justamente esse desequilíbrio que pode estar associado a diversas condições de saúde, incluindo dificuldade para emagrecer e até mesmo obesidade.

Microbiota e o Metabolismo

A microbiota intestinal influencia diretamente o metabolismo energético. Alguns dos mecanismos que ela possui que estão envolvidos nesse processo incluem:

 

1. Produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC)

Quando bactérias intestinais fermentam fibras alimentares, elas produzem ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, o acetato e o propionato. Esses compostos têm um impacto positivo na saúde metabólica, contribuindo para:

  • Aumentar a sensibilidade à insulina;
  • Reduzir a inflamação sistêmica;
  • Regular a deposição de gordura corporal.

 

2. Regulação do armazenamento de gordura

Em indivíduos obesos, há uma predominância de bactérias do filo Firmicutes em relação às do filo Bacteroidetes. Essa proporção desequilibrada pode levar ao aumento na absorção de calorias da dieta.

 

3. Modulação do apetite

A microbiota também impacta a produção de hormônios ligados à saciedade, como a leptina e o GLP-1. Um desequilíbrio intestinal pode interferir nesses mecanismos, resultando em fome excessiva ou dificuldade para sentir saciedade.

 

Disbiose e Obesidade

O desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) é frequentemente observado em pessoas com obesidade. Isso ocorre porque a disbiose pode:

  • Aumentar a produção de toxinas que induzem inflamação;
  • Reduzir a diversidade de bactérias benéficas;
  • Alterar a capacidade do corpo de metabolizar nutrientes de forma eficiente.

A inflamação crônica de baixo grau, causada por componentes como lipopolissacarídeos (LPS) produzidos por bactérias nocivas, é um dos fatores que dificultam o emagrecimento. Por isso, é importante que, ao buscar o emagrecimento, fique atento aos microorganismos que compõem sua microbiota. E fique tranquilo, pois é possível trabalhar em cima dela e melhorá-la!

 

Como Melhorar a Microbiota para Facilitar o Emagrecimento?

1. Dieta rica em fibras

O consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, grãos integrais e sementes promove o crescimento de bactérias benéficas no intestino. Alimentos como banana, aveia e alho atuam como prebióticos, alimentando as bactérias boas.

2. Alimentos fermentados

Alimentos como iogurte natural, kefir, kombucha e kimchi são ricos em probióticos, que ajudam a equilibrar a microbiota intestinal. Além disso, sempre que você estiver tratando algum problema de saúde com antibióticos, fale com o seu médico a possibilidade de tomar suplementos probióticos. Isso porque, medicamentos antibióticos impactam diretamente na microbiota intestinal, de maneira muitas vezes nociva.

3. Evitar alimentos ultraprocessados

Alimentos ricos em açúcares, gorduras trans e aditivos artificiais podem prejudicar o equilíbrio da microbiota, favorecendo bactérias nocivas, assim como “matar” as bactérias boas. Sempre que encontrar alimentos no mercado, leia a lista de ingredientes no rótulo. Ao notar alguns nomes estranhos, como corantes artificiais, glutamato monossódico, sacarose, acidulantes, etc. deixe-os onde devem ficar: na prateleira do mercado.

4. Controle do estresse

Pois é, não é só de uma boa dieta que se faz uma microbiota saudável. O estresse crônico pode alterar a composição da microbiota, também ‘matando’ os microorganismos saudáveis. Portanto, evite trabalhar em demasia e encontre tempo para o lazer, para a prática de atividades físicas e para encontros sociais. Tudo isso é primordial no combate ao estresse.

5. Hidratação adequada

Manter-se bem hidratado auxilia na digestão e na manutenção de um ambiente intestinal saudável. Água é fundamental, então tenha sempre um copo ou garrafinha à disposição.

 

Emagrecimento Saudável Pede uma Microbiota Saudável

A relação entre a microbiota intestinal e o emagrecimento reforça a importância de uma abordagem ampla e personalizada no tratamento do excesso de peso. Não se trata apenas de contar calorias, mas de cuidar da saúde intestinal como parte integral do processo.

Ao adotar hábitos que favoreçam o equilíbrio da microbiota, é possível potencializar os resultados do emagrecimento e melhorar a qualidade de vida!

Qual a Relação Entre a Microbiota Intestinal e o Emagrecimento?

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